Do que se trata
- A inteligência (QI) e em menor intensidade, o esforço, sempre tiveram prioridade na explicação do fracasso e sucesso escolar e profissional. O tema das habilidades emocionais recoloca em destaque o papel dos fatores cognitivos no sucesso escolar e no sucesso na vida – especialmente na vida profissional.
- O tema é tão antigo quanto o tema da educação. Na teoria e prática da educação clássica e na filosofia de ação da escola “tradicional”, a formação do caráter e de atitudes e comportamentos sempre esteve presente – embora quase sempre subordinada à primazia dos resultados acadêmicos.
- Pesquisas oriundas de diferentes áreas do conhecimento – mas especialmente da Ciência do Desenvolvimento Humano, da Psicologia, das neurociências e da economia – têm colocado em relevo a importância de determinadas habilidades não cognitivas para o sucesso escolar e o sucesso na vida.
- O termo “habilidades socioemocionais” é carregado de controvérsias e polêmicas e nunca chegou a ser devidamente definido de maneira operacional, de modo a permitir a realização de pesquisas robustas. Por exemplo J. Heckman, que promoveu o tema desde a década de 90, usa o termo “caráter” para referir-se a essas habilidades.
- O grande divisor de águas se encontra na eficácia de estratégias para promover essas habilidades.
Evidências relevantes
- Há evidências relevantes oriundas de diferentes disciplinas científicas e focos a respeito do tema. Há evidências sobre a importância das expectativas dos adultos (pais e professores) sobre as crianças; elevadas expectativas associadas à ênfase no esforço (vs. inteligência) ajudam a criança a se esforçar mais; crianças podem ser educadas desde cedo para adquirir melhor domínio de si mesmas (funções do controle executivo).
- Também há evidências de que indivíduos que apresentam um “mix” de habilidades cognitivas e certas habilidades socioemocionais, especialmente a capacidade de coordenar e harmonizar o trabalho em grupos conseguem melhores trajetórias no mercado de trabalho.
- Também há algumas evidências de que o cérebro humano é mais flexível e apto a desenvolver essas habilidades do que é no caso das habilidades cognitivas.
- Dito isso, não existem evidências robustas a respeito de intervenções específicas que promovam essas habilidades de forma robusta e estável. Ao mesmo tempo, evidências sugerem que a forma como as famílias e instituições lidam com essas questões nas atividades rotineiras têm forte impacto no desenvolvimento dessas habilidades.
- Um enfoque profundo e equilibrado sobre o tema foi produzido pelo Aspen Institute e pode ser encontrado em https://nationathope.org/
O Instituto Alfa e Beto defende e propõe que:
- Dado o estado de conhecimentos sobre o tema, o Instituto Alfa e Beto considera prematuro investir tempo e recurso em programas específicos para desenvolver essas habilidades. E
- Na educação infantil deve merecer ênfase o desenvolvimento de habilidades que promovam o desenvolvimento das funções executivas – e isso se faz na forma de desenvolver as atividades rotineiras, e não por meio de programas ou intervenções específicas.
- De certa forma o mesmo deve ocorrer ao longo do processo escolar.
Principais publicações do Instituto Alfa e Beto sobre o tema:
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