Resultados do PISA 2018: Reflexões de João Batista Oliveira sobre Educação no Brasil
Antes de mais nada, os resultados do PISA 2018 trouxeram à tona desafios estruturais na educação brasileira. No blog Educação em Evidência , publicado na Veja.com, o professor João Batista Oliveira , presidente do Instituto Alfa e Beto, analisou os dados do programa, destacando estagnações, desigualdades e a necessidade de reformas profundas.
O Brasil no PISA: Desempenho e Comparações
Desde que começou a participar do PISA, em 2000, o Brasil não apresenta avanços inovadores na qualidade da educação. Apesar de mais alunos concluírem o ensino médio, os dados revelam que o desempenho em Leitura, Matemática e Ciências permanece muito abaixo da média dos países da OCDE . Os melhores estudantes brasileiros alcançam níveis equivalentes aos de alunos médios desses países, enquanto quase metade dos jovens não alcança o nível básico esperado.
Além disso, 35% dos jovens de 15 anos pensam em participar do exame, pois estão fora da escola. Esse dado agrava o cenário, evidenciando que o capital humano do Brasil é ainda mais limitado do que os números mostram.
Desafios regionais e desigualdades
As regiões Norte e Nordeste apresentam resultados até 40 pontos inferiores às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Essa diferença reflete desigualdades socioeconômicas e a ausência de políticas eficazes para reduzir o fosso educacional. Mesmo as escolas privadas, com desempenho superior ao da rede pública, não alcançam o padrão de excelência observado nos países desenvolvidos.
Reflexões e lições internacionais
João Batista Oliveira aponta que o Brasil precisa aprender com a experiência de países que avançaram significativamente em seus sistemas educacionais. Ele destaca algumas lições:
- Currículos simples e focados : A concentração em disciplinas básicas, como Matemática e Leitura, é essencial.
- Professores bem preparados : A formação e o perfil dos docentes precisam de mudanças profundas para atender às demandas do ensino moderno.
- Avaliações rigorosas e incentivos : A adoção de avaliações contínuas e de incentivos ao desempenho pode gerar resultados.
- Diversificação do ensino médio : Introduzir um modelo técnico-vocacional é crucial para atender às necessidades de diferentes perfis de alunos.
Tempo integral e gestão do aprendizado
Outra reflexão importante é sobre o ensino em tempo integral. Os dados do PISA indicam que a ampliação do tempo na escola só tem impacto significativo quando acompanhada por boas práticas pedagógicas, currículos práticos e professores capacitados .
O que o Brasil precisa mudar?
Por fim, João Batista Oliveira destaca que as reformas precisam começar pela base, priorizando o aprendizado nas séries iniciais e expandindo para outras etapas do ensino. Além disso, ele alerta que as mudanças devem ser guiadas por evidências, foco e consistência, abandonando soluções improvisadas ou generalizadas.
Quer saber mais? Acesse a série completa de textos e vídeos no blog Educação em Evidência na Veja.com e entenda os desafios e as soluções para a educação no Brasil.