“A cada ano, com os dados do Censo Escolar; a cada dois anos, com a Prova Brasil; e a cada três anos, com o Pisa, espalha-se democraticamente sobre o território nacional a lama do descaso e da ineficiência com as questões da educação.” É assim que o professor João Batista Oliveira começa o artigo “Os brumadinhos da educação”, publicado nesta sexta-feira, 22 de fevereiro, no jornal Valor Econômico.
No texto, o presidente do Instituto Alfa e Beto fala sobre a ineficiência das políticas públicas na área de educação e os seus reflexos no número de repetências e de evasões dos alunos nas escolas, e no comprometimento da produtividade no mercado de trabalho. “No nível do país, o grande ‘brumadinho’ está na estagnação da produtividade do trabalhador. Vivemos um paradoxo: aumenta o nível de escolaridade da população e da força de trabalho, mas a produtividade não avança. A produtividade de hoje é similar à observada em 1980”, escreve.
O professor João Batista Oliveira fala, ainda, que os avanços obtidos no que diz respeito ao desempenho dos alunos nas séries iniciais ainda não foi suficiente para assegurar melhorias nas séries finais. “Ademais, a maior parte desse aumento se deve a melhorias nos fatores extraescolares – não a melhorias no que efetivamente acontece na sala de aula”, explica.
Segundo o especialista, crises podem constituir oportunidades excepcionais para mudanças e até mesmo para provocar destruições criativas. “A área econômica do governo tem lançado ideias e balões de ensaio que poderiam oxigenar o setor. Políticas voltadas para o aumento da produtividade talvez sirvam para estancar a ocorrência de novos ‘brumadinhos’. É preciso agir. E rápido”, finaliza.
Confira o artigo publicado na última sexta-feira, dia 22 de fevereiro, aqui.