Diretores fazem diferença. Para melhor ou para pior. Mas o que são bons diretores? Como eles agem? De acordo com um boletim lançado este mês* pelo Instituto Unibanco, o principal diferencial de um bom gestor escolar é a promoção e participação na capacitação e no desenvolvimento profissional dos docentes.
A conclusão foi apresentada por Anthony McNamara, representante do National College for Teaching and Leadership, reconhecido centro de formação de professores da Inglaterra. Segundo McNamara, há cinco dimensões relativas à gestão escolar que são essenciais para o aprendizado dos alunos: a garantia de um ambiente ordeiro e seguro de trabalho; a boa utilização dos recursos existentes; o estabelecimento de metas e expectativas; o planejamento, a coordenação e a avaliação do ensino e do currículo; e a promoção e participação na capacitação e no desenvolvimento profissional dos professores. Esta última, entretanto, é a que surte maior efeito positivo nas escolas.
De acordo com o boletim, instrumentos de formação continuada, como cursos e seminários, quando acompanhados pelos diretores, podem fazer a diferença no desempenho escolar. O mesmo benefício é trazido por uma rotina escolar que ofereça momentos de reflexão e troca de experiências entre os docentes. Quando conta com a participação dos gestores, esses momentos ajudam a encontrar soluções conjuntas para as dificuldades enfrentadas pelos educadores nas salas de aula.
Uma das práticas de troca de experiências destacadas no boletim é a observação direta da atuação do professor em classe. Segundo um estudo feito pelo Banco Mundial, o ideal é que o professor use 85% do tempo em sala para ensinar os conteúdos previstas. Entretanto, no Brasil, a média é de 65%. No restante do tempo, os professores usam com atividades burocráticas (como chamada e correção de prova) e para resolver problemas de indisciplina. De acordo com McNamara, ao observar a prática dos professores em sala, os diretores podem obter experiências e compartilha-las com o restante da equipe docente, promovendo assim a melhoria em todas as turmas.
Ainda segundo o especialista, os gestores precisam saber ouvir e construir um regime de colaboração entre todos, sempre em busca das melhores práticas em benefício do aprendizado dos alunos. “Só desenvolver boas relações profissionais não é suficiente, pois elas nem sempre se traduzem em impactos positivos no desempenho dos alunos. O desafio é construir relações positivas baseadas na confiança mútua e, ao mesmo tempo, não fugir de conversas difíceis, que levantem questões espinhosas relacionadas à melhoria do ensino. Isso exige coragem e diplomacia”, afirmou o pesquisador.
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*Baixe o boletim Aprendizagem em Foco
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Como recrutar diretores eficientes