Mudança de Data do Enem: Reflexões de João Batista Oliveira no Jornal O Globo
Primeiramente, João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, analisa a polêmica sobre o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em seu artigo “Mudar a data do Enem?”, publicado no jornal O Globo em 21 de maio. Ele destaca que, embora a opinião pública seja relevante, ela nem sempre conduz às melhores decisões. Antes de tudo, ele defende que o debate baseado em evidências é essencial para a implementação de políticas públicas eficazes.
Equidade e Decisões Populares
De antemão, João Batista enfatiza que o clamor popular influenciou o adiamento do Enem, mas questiona se a medida realmente beneficia os alunos mais prejudicados, principalmente os de escolas públicas. Em outras palavras, ele argumenta que, apesar das boas intenções, a decisão pode gerar o efeito oposto ao desejado. “Adiar também dá mais tempo para os mais preparados se destacarem ainda mais”, ressalta.
Além disso, ele compara situações internacionais, como na França e nos Estados Unidos, onde soluções diferentes foram adotadas sem comprometer o acesso ao ensino superior. Nesse sentido, ele reforça a necessidade de contextualizar as decisões, pois soluções superficiais podem ser prejudiciais.
Impacto do Adiamento
Ainda mais, o autor questiona se o adiamento realmente ajudará os alunos das redes estaduais a se prepararem melhor. Conforme ele aponta, não há evidências que sustentem essa hipótese. Ademais, ele observa que o Enem já possui desigualdades estruturais, como a possibilidade de candidatos de anos anteriores competirem com recém-formados, algo que não ocorre em muitos outros países.
João Batista também questiona se o adiamento permitirá a recuperação do conteúdo perdido durante o período de aulas suspensas. Ao mesmo tempo, ele alerta que o adiamento pode ampliar a vantagem dos mais preparados, exacerbando ainda mais as desigualdades.
Alternativas Propostas
Por outro lado, o autor sugere soluções mais eficazes para mitigar os prejuízos aos alunos de escolas públicas. Por exemplo, ajustes nos mecanismos de cotas e no PROUNI poderiam assegurar o acesso desses estudantes em níveis semelhantes aos dos anos anteriores. Dessa forma, ele acredita que essas medidas seriam mais justas e eficazes do que alterar a data do exame indiscriminadamente.
Conclusão
Em suma, João Batista Oliveira alerta para os riscos de soluções precipitadas e defende que políticas baseadas em evidências são fundamentais para reduzir desigualdades educacionais. Afinal, abordar desigualdades históricas requer medidas estruturais e bem planejadas. Leia o artigo completo no jornal O Globo e reflita sobre os desafios e soluções para a educação no Brasil.