Antes de mais nada, a Associação Brasileira de Linguística (Abralin) realizou no dia 2 de junho uma conferência on-line com o tema “Alfabetização: erros, concepções equivocadas e suas consequências para o ensino”. João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, e Pedro Caldeira, professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, participaram do evento, moderado por Eduardo Calil, pesquisador da CNPQ e coordenador do Laboratório do Manuscrito Escolar.

Debate Sobre Falhas na Alfabetização no Brasil

Primordialmente, a conferência teve como objetivo discutir falhas conceituais que ainda persistem no ensino da alfabetização no Brasil. Assim como outros especialistas, os palestrantes criticaram a influência de teorias como psicogênese da escrita e o conceito de letramento, que muitas vezes priorizam abordagens sociais e políticas em detrimento de fundamentos científicos.

Além disso, João Batista Oliveira destacou a relevância do evento como uma oportunidade para iniciar o uso do conhecimento científico na alfabetização. “Mesmo com atraso, é fundamental que esse processo se inicie”, afirmou. Já Pedro Caldeira apontou que os erros conceituais prejudicam a relação entre grafema e fonema, comprometendo o aprendizado básico e dificultando etapas posteriores do processo de alfabetização.

Principais Pontos Abordados

Durante o debate, os palestrantes identificaram cinco erros conceituais que afetam diretamente a alfabetização:

1. A abordagem do Whole Language;
2. O conceito de Psicogênese da Língua Escrita;
3. O uso equivocado dos PCNs e da BNCC;
4. A aplicação inadequada de textos autênticos em livros didáticos;
5. As implicações do conceito de letramento, que frequentemente sobrepõe o de alfabetização.

Nesse sentido, João Batista Oliveira alertou que a separação entre letramento e alfabetização levou o Brasil a um desvio na prática educacional. Segundo ele, “essa interpretação equivocada comprometeu o entendimento e a prática da alfabetização no país”.

Importância da Ciência e Tecnologia no Ensino

Ainda mais, a conferência integra o projeto “Abralin Ao Vivo – Linguistas on-line”, que promove o intercâmbio de ideias entre pesquisadores e busca embasar decisões educacionais em conhecimento científico. Com uma agenda diversificada, o evento combina transmissões interativas e abertas ao público, incentivando a participação por meio de perguntas e comentários.

Por fim, os interessados podem assistir à conferência completa no canal da Abralin no YouTube, que já ultrapassou 2,3 mil visualizações. Para complementar, a jornalista Isabelle Barone, da Gazeta do Povo, publicou uma matéria detalhada sobre o evento.

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