Especialistas criticam abordagem da BNCC para alfabetização
Antes de mais nada, é essencial compreender que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfrenta críticas fundamentadas de especialistas. José Morais e Régine Kolinsky, da Universidade Aberta de Bruxelas, analisaram a proposta da BNCC para a alfabetização e apontaram falhas conceituais graves. Publicado na revista Pátio Ensino Fundamental (Ano 22, Número 85), o artigo “Mudar a Educação no Brasil” destaca por que a BNCC, recentemente aprovada, é ainda mais inadequada do que suas versões anteriores.
Conceitos centrais mal definidos
Primeiramente, os especialistas apontam que a BNCC não deixa claro para quem se destina o documento: secretarias de educação, diretores ou professores. Além disso, o texto falha ao apresentar conceitos centrais, como a relação entre fonemas e grafemas, de maneira confusa e tecnicamente errada.
Por exemplo, a BNCC equipara fonemas a sons da língua, algo que Morais e Kolinsky consideram inadmissível. Segundo eles, essa abordagem demonstra que os autores do documento não compreenderam a diferença essencial entre fonemas e sons, o que compromete a formação dos professores e o aprendizado dos alunos. Ou seja, essa lacuna conceitual pode dificultar o entendimento do princípio alfabético, um dos fundamentos da alfabetização.
Riscos para a alfabetização no Brasil
Sobretudo, os especialistas alertam que a BNCC perpetua erros históricos que já prejudicaram a educação no Brasil. Ainda assim, gestores e educadores precisam lidar com as implicações do documento, mesmo diante de suas inconsistências.
Além disso, Morais e Kolinsky ressaltam que as propostas apresentadas pelo Ministério da Educação (MEC) ignoram avanços científicos no campo da alfabetização. Como resultado, a implementação da BNCC pode continuar produzindo fracassos no aprendizado inicial das crianças.
A necessidade de consultar especialistas
De antemão, Morais e Kolinsky defendem que os secretários de educação busquem orientação de especialistas com formação científica e experiência comprovada. Afinal, apenas com embasamento teórico sólido será possível superar as limitações do documento atual e evitar os erros que comprometem o ensino no país.
Além disso, a análise sugere que as redes de ensino precisam adotar abordagens baseadas em evidências para garantir uma alfabetização de qualidade. Somente assim o Brasil poderá reverter os índices preocupantes de desempenho escolar e alcançar avanços significativos.
Leia o artigo completo e aprofunde-se no debate
👉 Confira o artigo “Mudar a Educação no Brasil” de José Morais e Régine Kolinsky na revista Pátio Ensino Fundamental:
Leia o artigo completo aqui.
Por fim, melhorar a alfabetização no Brasil exige mudanças fundamentadas em ciência, clareza conceitual e um esforço coletivo para transformar a educação básica.