Introdução à Crise Atual
Primeiramente, é fundamental entender que um grande abismo separa o ensino médio brasileiro das práticas globais. A Resolução 2, de 30 de janeiro de 2012, do Conselho Nacional de Educação (CNE), exemplifica como essa distância só se amplia.
Desafios no Ensino Médio
Desde já, destacamos que muitos estudantes de escolas públicas chegam ao ensino médio sem conseguir ler e escrever com um mínimo de competência. Inicialmente, 85% desses alunos apresentam conhecimentos equivalentes ao esperado para o quinto ano do ensino fundamental. Além disso, 40% abandonaram a escola nos dois primeiros anos e menos da metade concluíram os estudos com médias inferiores a 4 no Enem.
A Desmotivação dos Alunos
Antecipadamente, devemos considerar que várias pesquisas confirmaram a desmotivação dos alunos. Os currículos são desinteressantes e distantes da realidade dos alunos, sobrecarregados com uma quantidade excessiva de conteúdos que impedem a memorização, não permitindo a compreensão profunda do material treinado. Como resultado, o prazer pelo estudo, que surge do entendimento, é quase inexistente.
Barreiras à Educação Técnica
Por outro lado, apenas uma pequena fração dos egressos da escola pública segue para o ensino superior. Para muitos, o ensino técnico é a única opção, mas para acessá-lo, primeiro é preciso superar as barreiras do ensino médio tradicional ou estudar em um turno adicional. Em contrapartida, muitos países permitem que disciplinas práticas ou profissionalizantes substituam as acadêmicas, mantendo uma carga horária total.
Comparação com Práticas Internacionais
Em comparação, o ensino médio nos países desenvolvidos é caracterizado por três aspectos principais: diversificação, eficiência e ajuste às necessidades dos alunos. Em contraste, a rigidez do currículo brasileiro e a falta de adaptação às realidades locais próximas a altas taxas de evasão.
A Incompreensibilidade da Resolução do CNE
A linguagem complexa da resolução do CNE dificulta sua compreensão. Por exemplo, o documento que descreve o projeto político-pedagógico de uma forma que pelo menos pode entender claramente. Este estilo de linguagem, longe de ser acessível, necessita de uma tradução para ser compreendido pelo público geral.
Conclusão e Chamada para Ação
Em suma, a política atual do CNE para o ensino médio necessita de uma revisão urgente. O novo ministro da Educação tem uma oportunidade única para atender o ensino médio às necessidades reais de seus alunos e à economia, inspirando-se em exemplos internacionais de sucesso. Portanto, é essencial que reformemos o ensino médio para evitar a continuação do que efetivamente se tornou um genocídio intelectual. Engaje-se na discussão com o Instituto Alfa e Beto e ajude a moldar o futuro da educação no Brasil.