Milhões de jovens aguardam hoje a divulgação da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2015, prova que se tornou a mais conhecida avaliação educacional do país por servir de porta de entrada para centenas de instituições de ensino superior. Em número de alunos avaliados, o Enem fica atrás apenas da Prova Brasil.
Aproveitamos esta ocasião para convidar os leitores do blog a uma reflexão sobre a política do Ensino Médio brasileiro, um modelo equivocado e desalentador, responsável pelo extermínio do futuro de milhões de jovens todos os anos.
Isso porque nos países desenvolvidos, o Ensino Médio acadêmico convive com uma diversidade de opções que levam o aluno ao mercado de trabalho ou à continuidade de estudos no ensino superior. O que não acontece no Brasil, que há décadas insiste em seguir na contra-mão dos países desenvolvidos. E o Enem, ao invés de estimular a pluralidade de currículos, reforça o modelo de currículo único, condenando milhares de jovens a uma formação generalista e deficitária.
Para ampliar esse debate, selecionamos em nossos arquivos materiais relacionados à urgência da reforma no Ensino Médio brasileiro e sobre o papel do Enem nesse debate. Também sugerimos artigos que mostram o impacto da educação na economia e como a diversificação do Ensino Médio traria melhorias para o sistema educacional.
Confira:
Fora da Universidade não há salvação. Ou há?
Para o Brasil desenvolver e para as pessoas melhorarem de vida, é necessária uma profunda reforma do ensino médio, criando alternativas fora da camisa de força do vestibular e do ENEM. Mais uma vez, ao insistir no dogma de que fora da Universidade não há salvação, o Brasil marcha na direção contrária do resto do mundo.
O Ensino médio profissionalizante na Europa
A Alemanha tem muitas lições a ensinar ao Brasil, onde a questão da diversificação do Ensino Médio precisa avançar.
Ensino Médio e Profissional: quais são os fatos?
Com tantos recursos investidos no PRONATEC, criado em 2011, ele certamente terá alguns resultados positivos, que precisam ser bem avaliados e aperfeiçoados. Mas seria de se esperar que um programa desta envergadura partisse de um entendimento mais adequado das questões do ensino médio e dos problemas e dificuldades de desenvolver o ensino profissional de qualidade. Confira mais em artigo de Simon Schwartzman.
Ensino Médio: caminhos para um currículo flexível
Publicação do Instituto Unibanco aborda o currículo no Ensino Médio, mostrando como uma base curricular que possibilitasse as chances dos jovens de se inserir no mercado de trabalho ao fim do Ensino Básico poderia trazer benefícios para o país. O estudo discute ainda como a Base Nacional Comum pode ser trabalhada de maneira a apresentar soluções para esse problema educacional.
Ensino Médio: o exterminador do Futuro
De cada 10 jovens que iniciam o ciclo, só 4 o concluem. Há mais vagas no 1º ano do que concluintes do Fundamental. E o número dos que ingressam na universidade a cada ano é muito superior ao dos concluintes do Ensino Médio. A realidade mostra que quem não finaliza essa etapa ganha menos do que os formados apenas no Fundamental – o mercado identifica e penaliza fortemente os excluídos.
Como a educação afeta a economia?
Empresários reclamam: os que chegam para trabalhar não estão preparados. Mas se recusam a admitir pessoas sem experiência, seduzem pessoal qualificado dos concorrentes inflacionando salários e investem muito pouco em treinamento. Educadores afirmam que sua função não é preparar mão de obra e sim, cidadãos conscientes e críticos. Há convergências possíveis?