A mais importante avaliação do ensino básico em diversas nações, o Pisa, teve as notas da edição de 2015 recentemente divulgadas. Como era de se esperar, o Brasil continua entre os últimos colocados no ranking que compara o desempenho dos países em educação. Aliás, conseguiu piorar seus índices em relação à prova anterior. Recordando o famoso aforismo de Einstein, para quem “insanidade é continuarmos fazendo a mesma coisa esperando resultados diferentes”, já passou da hora dos nossos especialistas em educação procederem a uma autocrítica que certamente revelará como o cerne do problema não é a falta de verbas para o setor (verbas que eles tão estridentemente reivindicam), mas a forma como esse dinheiro vem sendo empregado. Desse modo, antes de insuflar manifestações Brasil afora contra a PEC do Teto de Gastos – medida necessária em tempos de crise –, é fundamental que professores, diretores de escolas e secretarias de Educação entendam que é urgente redefinir prioridades para fazer escolhas mais inteligentes na hora de investir o precioso dinheiro público, por exemplo, dando mais atenção à formação e remuneração dos docentes e menos à infraestrutura das escolas, mais atenção ao ensino básico e menos ao universitário. O momento atual é extremamente oportuno para mudanças nesse sentido. Nicola Calicchio e Marcus Frank fazem essa reflexão.
Pisa: o termômetro das reformas no ensino
Os resultados do Pisa são relevantes porque dão um importante indicativo da eficiência das políticas públicas de ensino. Entenda um pouco melhor como funciona a prova com João Batista Oliveira.
Mitos da educação
O montante global que um Estado gasta com educação não é diretamente proporcional à qualidade de ensino. Essa é uma das lições mais contundentes que o Pisa nos deixa. Não que aplicar mais verbas para a educação seja intrinsecamente uma má ideia. Não é esse o ponto. A questão é que uma medida dessas, por si só, não alterará significativamente o quadro, a partir de determinado patamar de investimento (que o Brasil já observa). Vejamos esse e mais alguns mitos em matéria de educação sendo elucidados neste texto.
Então, o que fazer?
Adolfo Sachsida pontua algumas mudanças nas políticas de educação que, sem demandarem mais verbas, têm o potencial de promover uma guinada no desempenho futuro de nossos alunos, com todas as benesses que isso implica: crescimento da economia e melhora nos índices civilizatórios de um modo geral.
E a educação infantil?
Importantíssimo é atualizar as modas pedagógicas mais caras a nossos professores, especialmente os da educação infantil. Muitos tratam – ainda – os primeiros sete anos de vida de uma criança como um período exclusivo de brincadeira, que dispensa a estimulação cognitiva. Estão em completo desalinho com as pesquisas neurocientíficas mais recentes, que abundantemente mostram a relevância do período no desempenho escolar futuro. Se o Brasil é campeão em analfabetismo funcional, o mínimo que se deve fazer é questionar como a maioria das escolas (incluindo as particulares) conduz o ingresso do aluno no universo da linguagem. Ana Dorsa sugere que os pedagogos repensem seus métodos e admitam fazer uma parceria com as famílias.