Currículo: Pilar Essencial para a Igualdade na Educação
Os currículos representam a espinha dorsal de qualquer sistema de ensino. Eles definem o que os professores devem ensinar, o que os alunos devem aprender e estabelecem quando isso deve ocorrer. Antes de tudo, os currículos garantem unidade e padronização dentro do sistema educacional, permitindo que escolas em diferentes localidades persigam metas comuns e assegurem o direito à educação com equidade. Em países como os Estados Unidos, o currículo nacional, conhecido como Common Core State Standards, desempenha um papel fundamental na padronização e elevação da qualidade do ensino.
A Experiência dos EUA com o Common Core
Há três anos, os Estados Unidos implementaram uma reforma profunda no ensino básico, orientada pela organização sem fins lucrativos Achieve. Primeiramente, a ideia era solucionar a falta de preparo dos jovens ao ingressarem na universidade. Com incentivos financeiros do governo Obama, 46 estados aderiram ao Common Core, uniformizando expectativas de aprendizado em Matemática e Inglês. Em outras palavras, hoje crianças, pais e professores nos EUA sabem o que se espera do desempenho escolar, independentemente do estado. Como explica Michael Cohen, presidente da Achieve, “criar padrões nacionais é a única maneira de atingir a igualdade educacional”.
Padrões Curriculares Nacionais: A Importância para a Educação
Michael Cohen destaca que os padrões curriculares promovem a qualidade educacional e a igualdade. Além disso, o currículo comum permite atrair os melhores recursos intelectuais para criar conteúdos de alta qualidade, que vão muito além do que os estados conseguiriam desenvolver isoladamente. Antes que o Common Core fosse implementado, cada estado tinha diferentes expectativas de aprendizagem. Agora, a padronização permite que famílias que se mudam frequentemente, como as militares, saibam que o aprendizado dos filhos continuará no mesmo nível, independentemente da localização.
Respostas Positivas dos Professores e Comunidade
A implementação do Common Core teve boa recepção entre professores e população em geral. Os professores, ao conhecerem os padrões curriculares, sentem-se alinhados com as expectativas de sua escolha profissional. Embora existam críticos, a maioria abraça o projeto, reforçando sua importância para a formação educacional de crianças e adolescentes. Entre as disciplinas incluídas, o foco inicial é em Matemática e Inglês, consideradas essenciais para outras áreas do conhecimento e menos controversas que temas como História e Ciências.
Desafios e Incentivos para Implementação
A criação e a implementação do Common Core não oferecem desafios. O processo de adesão ao currículo comum teve grande impulso com o programa federal Race to the Top, que ofereceu cinco bilhões de dólares em incentivos fiscais aos estados que o adotaram. Apesar disso, Cohen acredita que a maioria dos estados acabaria adotando o currículo, independentemente do incentivo financeiro. No entanto, o financiamento federal acelerou a adesão, permitindo que 40 estados incorporassem o Common Core em apenas três meses.
Dificuldades e Resistências ao Projeto
Durante a implementação, o Common Core enfrentou resistências, especialmente de movimentos políticos como o Tea Party, que foi proposto ao projeto em diversos estados. Em algumas localidades, a resistência deve ser ao uso dos resultados dos testes para avaliar o desempenho dos professores, gerando insatisfação entre os educadores. Essa resistência, no entanto, não interrompeu a expansão do Common Core, ainda que tenha tornado o processo de implementação mais complexo em certas regiões.
Como o Common Core Evita a “Camisa de Força” nos Exames
Assim como ocorre no Brasil com o Enem, os Estados Unidos também enfrentam problemas de “ensino para o teste”, quando o currículo ainda não era padronizado. No entanto, com o novo Common Core, esse problema começou a ser resolvido. O governo impediu o número de detalhes detalhados em Matemática, permitindo que os professores se concentrassem no conteúdo mais relevante. Em vez de os exames moldarem o conteúdo ensinado, ocorre o inverso, com as avaliações refletindo o conteúdo dos padrões curriculares, dando aos professores uma orientação mais clara.
Treinamento dos Professores e Adaptação ao Currículo
Os professores, embora não tenham recebido um treinamento padronizado nacionalmente, são contatados com apoio dos estados e dos distritos. Implementar um novo currículo que exige adaptação e ritmo. Cohen está ciente de que o processo de treinamento ainda está em andamento. Pois trabalhar com um currículo comum exige esforços contínuos para garantir que os educadores se adaptem e apliquem eficazmente o conteúdo na sala de aula.
O Currículo Como Diretor e a Criatividade na Prática Docente
Cohen refutou a ideia de que os padrões curriculares limitam a criatividade dos professores. Assim como na medicina, onde os protocolos garantem a qualidade sem impedir a inovação, os currículos definem o que os professores devem ensinar, sem ditar o método. Em outras palavras, os professores mantêm autonomia para definir a forma como conduzirem as aulas, escolherem materiais, incentivarem a discussão e aplicação do conteúdo.
Diferenças Culturais e Sociais: O Desafio da Igualdade Educacional
Nos Estados Unidos, as desigualdades sociais e educacionais também geram desafios na implementação do Common Core. Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, as diferenças regionais acentuam as dificuldades que os alunos das regiões mais carentes enfrentam para alcançar o mesmo nível de desempenho dos estudantes das regiões mais ricas. enfatiza que precisamos elevar as expectativas para todos os alunos, garantindo que cada um, independentemente do contexto socioeconômico, tenha a oportunidade de alcançar o sucesso acadêmico.
Tecnologia no Currículo Comum: Flexibilidade para o Futuro
O Common Core também se adapta à evolução da tecnologia. Cohen afirma que, em vez de focar em dispositivos específicos. O currículo enfatiza o uso da mídia digital e da tecnologia como ferramentas de comunicação e expressão, essenciais para o desenvolvimento do aluno no século XXI.
Por que um Currículo Nacional é Essencial para o Brasil?
Para o Brasil, o exemplo do Common Core nos Estados Unidos ilustra a importância de um currículo nacional para garantir a igualdade educacional. Com padrões bem definidos e adaptados à realidade local, o Brasil pode fortalecer seu sistema educacional e garantir que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades. Independentemente de onde estejam.
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