Lições da Pandemia
Primeiramente, a pandemia revelou o despreparo das redes de ensino no Brasil. Com uma gestão muitas vezes improvisada e materiais inadequados, ficou evidente a falta de programas robustos e a ausência de estratégias eficazes para alfabetizar e desenvolver a autonomia dos alunos. Embora o cenário seja desafiador, a crise também apresenta uma oportunidade única para repensar práticas educacionais.
O Que Não Funciona
A abordagem predominante tem focado em formalismos, como a discussão sobre dias letivos e carga horária. Contudo, evidências mostram que essas medidas têm baixa probabilidade de sucesso. Cumprir o calendário sem estratégias eficazes não resolve os problemas acumulados pela suspensão prolongada das aulas.
O Que Fazer?
O ponto de partida mais promissor é a aplicação de um diagnóstico robusto para identificar o nível real de conhecimento dos alunos, independentemente de suas séries escolares. Utilizar a BNCC como referência pode ajudar na elaboração de estratégias mais direcionadas. A literatura educacional mapeia bem intervenções eficazes, e o ensino estruturado surge como uma solução viável para a maioria das redes, especialmente onde faltam professores altamente qualificados.
Oportunidade para Mudanças
Além disso, a troca de prefeitos traz tanto riscos quanto oportunidades. Embora possa gerar decisões irresponsáveis em curto prazo, também oferece uma chance para romper com décadas de práticas ineficazes e implementar estratégias que realmente funcionem.
Conclusão
Por fim, o retorno às aulas exige foco no que realmente importa: diagnóstico preciso, estratégias bem elaboradas e ensino estruturado. Mais do que nunca, é hora de adotar caminhos menos óbvios, mas com maior potencial de impacto positivo.
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Texto originalmente publicado no blog “Educação em evidência“, da Veja.