Mais uma vez o Brasil decepciona por causa de seu mau desempenho em avaliações internacionais de educação. Desta vez, o país ficou na rabeira em um ranking publicado semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entre 76 países que tiveram seus dados educacionais analisados, ficamos com a 60ª posição, atrás de Chile (48ª) e Uruguai (55ª) e à frente de Argentina (62°), Colômbia (67°) e Peru (71°).
O ranking leva em conta os resultados dos estudantes no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) e está presente no estudo Universal Basic Skills – What Countries Stand to Gain (Habilidades Básicas Universais – O que os países têm a ganhar, em tradução livre). Por isso não é surpresa que os países e territórios asiáticos (Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Taiwan) tenham tomado a dianteira, seguidos dos europeus Finlândia, Estônia, Suíça e Holanda. Esse grupo de países vem há anos liderando os rankings da OCDE, destacando-se por sistemas de ensino estruturados e bastante rígidos quanto ao grau de acompanhamento do desempenho de seus alunos.
A nova publicação da OCDE tem o objetivo de medir o impacto na educação no bem-estar social e econômico das nações. Significa que quanto mais baixa a posição do país na lista, menor o impacto de sua educação para o avanço econômico. Segundo a OCDE, os países devem não apenas garantir o acesso à educação, mas fazer com que cada criança desenvolva um nível básico de competências necessárias para participar plenamente na sociedade. É isso que defende desde 2006 o Instituto Alfa e Beto: uma educação que promova o avanço de cada aluno, proporcionando oportunidades iguais a todos eles.
Apesar das baixas notas dos estudantes brasileiros de 15 anos de idade no PISA, a OCDE afirma que nós temos melhorado lentamente. “A performance do Brasil em matemática, leitura e ciências melhorou notavelmente na última década”, afirma o relatório. Nesse período, o desempenho dos jovens brasileiros na prova de matemática do PISA aumentou 4,1 pontos por ano – saltando de 356 pontos, em 2003, para 391 pontos, em 2012. Nos testes de leitura, a média melhorou 2,3 pontos a cada ano. A organização também elogia o Fundef como um dos mecanismos que ajudou a garantir acesso ao ensino.
A OCDE estima que se o Brasil proporcionar educação para todos os adolescentes isso pode ajudar o PIB do país a crescer mais de sete vezes nas próximas décadas. A organização mundial afirma, porém, que este crescimento econômico só acontecerá se esses estudantes conseguirem acesso a ensino de qualidade. O estudo recém-lançado serve de alerta para colocarmos em prática com urgência as mudanças necessárias para garantir esse avanço.
Confira, em inglês, o relatório completo da OCDE.