Como escolher bons diretores de escola
A Realidade Brasileira na Escolha de Diretores Escolares
À primeira vista, a tradição brasileira para escolha de diretores escolares apresenta grandes desafios. Infelizmente, a prática comum entre prefeitos é indicar diretores com base em escolhas políticas, seja diretamente ou por meio de indicações de aliados. Embora essa prática não seja ilegal, ela costuma privilegiar interesses políticos, deixando de lado o foco na qualidade da educação.
Nos países desenvolvidos, a seleção de diretores é baseada em dois modelos principais: carreiras e seleção por mérito. Em ambos, o diretor deve permanecer na escola por um período significativo, com a possibilidade de remoção em caso de desempenho insatisfatório. Diferente do Brasil, esses países realizam a escolha dos diretores por autoridades superiores à escola, garantindo maior imparcialidade e qualidade na seleção.
Modelos de Escolha: O Que Funciona e o Que Precisa Melhorar
Antecipadamente, é importante entender o impacto que um bom diretor pode ter na escola. Nos locais que adotam modelos baseados em mérito, observa-se uma clara diferença no desempenho escolar. Um diretor competente pode transformar a qualidade do ensino ao implementar práticas eficazes de gestão.
No Brasil, no entanto, o processo de escolha de diretores inclui práticas que prejudicam o ambiente escolar. A indicação política, por exemplo, reforça a ideia de que o diretor serve como um cabo eleitoral e coloca a política acima da educação. Outra prática é a eleição interna, que tende a provocar divisões e disputas entre grupos da escola. Além disso, alguns municípios utilizam provas de conhecimentos gerais ou específicos, que, embora possam avaliar conhecimento teórico, não garantem que o candidato possua a experiência e liderança necessários para o cargo.
O Papel do Prefeito na Implementação de Boas Práticas
Um princípio fundamental é que o prefeito tem um papel decisivo em adotar um modelo de seleção mais eficaz para diretores escolares. Um processo baseado em certificação, por exemplo, poderia unir aferição de conhecimentos com a prática de gestão escolar. Essa certificação precisa focar em habilidades práticas, como liderança, gerenciamento de crises e implementação de estratégias educacionais.
Outro ponto essencial é que o conceito de gestão democrática deve respeitar a Constituição, garantindo que o município mantenha o direito de decidir sobre sua própria administração educacional. Isso significa que, embora o envolvimento da comunidade seja positivo, a escolha do diretor deve considerar critérios técnicos e objetivos para garantir que a liderança da escola esteja alinhada com metas educacionais de qualidade.
O Caminho para Fortalecer a Educação por Meio de Diretores Qualificados
Em síntese, melhorar a qualidade da educação no Brasil depende de práticas sólidas na escolha de diretores. Prefeitos e gestores devem priorizar critérios baseados em competência e experiência. Com o diretor certo, a escola tem mais chances de alcançar um desempenho educacional de excelência, refletindo diretamente no aprendizado dos alunos.
Por fim, a mudança começa com a ação. Para um sistema de ensino mais justo e eficiente, é hora de adotar modelos eficazes e garantir que cada escola tenha uma liderança capacitada.