Cinco Práticas Ineficazes: O Que Não Funciona em Educação
Antes de mais nada, a educação é cercada por ideias que, embora populares, não garantem a aprendizagem dos alunos. Frases como “as escolas precisam de mais dinheiro” ou “a tecnologia é imprescindível para melhorar os índices educacionais” são repetidas amplamente. Contudo, essas medidas muitas vezes não possuem comprovação de impacto positivo.
Antecipadamente, o relatório What Doesn’t Work in Education: The Politics of Distraction, do pesquisador John Hattie, aponta que muitas políticas educacionais desviam o foco do objetivo central da escola: ensinar conhecimentos essenciais para o desenvolvimento das crianças. Segundo Hattie, essas ações, embora bem-intencionadas, frequentemente surgem como soluções mágicas que deixam de lado aspectos mais críticos e eficazes.
A seguir, apresentamos cinco práticas amplamente difundidas no Brasil que, de acordo com Hattie, não são efetivas.
1. Reduzir o Número de Alunos por Sala
Em primeiro lugar, muitos pais acreditam que salas menores garantem atenção individualizada e melhores resultados. Entretanto, estudos do PISA demonstram que essa estratégia apresenta impactos limitados. Isso ocorre porque, mesmo com menos alunos, a maioria dos professores não altera seus métodos de ensino. Eles continuam utilizando aulas expositivas e dedicando pouco tempo à aplicação de exercícios. Assim, Hattie sugere que os pais priorizem a qualidade dos professores em vez do tamanho da turma.
2. Reformar Escolas
Ainda assim, a construção de novas escolas ou a renovação das existentes são políticas recorrentes. No entanto, mudanças na infraestrutura não têm relação direta com a melhoria da aprendizagem. Para que reformas sejam eficazes, é essencial orientar os professores sobre como usar os novos espaços de maneira produtiva. Sem esse suporte, distrações externas podem prejudicar o foco dos alunos.
3. Rotular Estudantes com Dificuldades de Aprendizagem
Agora, o diagnóstico de transtornos de aprendizagem tem crescido, mas muitas vezes é usado como justificativa para problemas no ensino. Embora esses transtornos sejam reais, sua crescente associação a medicamentos em vez de intervenções pedagógicas pode prejudicar o desenvolvimento dos alunos. Hattie destaca que intervenções comportamentais são mais eficazes, embora mais custosas para o sistema educacional.
4. Ampliar o Tempo das Crianças na Escola
Sobretudo, a expansão do ensino em tempo integral é uma política amplamente defendida. Entretanto, não há evidências que comprovem que mais horas na escola resultem em melhor aprendizagem. Hattie enfatiza que a qualidade do ensino é mais relevante do que a quantidade de tempo em sala de aula.
5. Colocar Mais Profissionais na Escola
Finalmente, o aumento do número de educadores nas escolas, especialmente nas séries iniciais, é frequentemente visto como solução. Contudo, estudos mostram que a presença de auxiliares pedagógicos pode até prejudicar o rendimento dos alunos. Isso ocorre porque esses profissionais tendem a se concentrar em atividades não curriculares ou a fornecer respostas aos alunos em vez de ensiná-los.
Conclusão
Como resultado, essas práticas desviam a atenção de estratégias realmente eficazes. O relatório de Hattie reforça a importância de focar no que comprovadamente funciona para melhorar a educação. E você, o que pensa sobre essas práticas? Deixe seu comentário abaixo.
Clique aqui para conferir o estudo completo de John Hattie (em inglês)