Faz parte da atuação do Instituto Alfa e Beto, desde a sua fundação, disseminar e estimular a leitura desde o berço, mesmo quando a criança ainda nem sequer saber falar ou ler. Isso porque as evidências comprovam: poucos antídotos contra o fracasso escolar são tão poderosos quanto a leitura nos primeiros anos de vida.
Por volta de 12 meses de vida, praticamente todas as crianças começam a falar. A natureza faz sua parte. Por volta dos 36 meses, uma criança criada numa família com nível socioeconômico mais elevado tem um vocabulário 3 vezes maior do que outra criada em lares pobres: 1.200 versus 400 palavras, respectivamente. As pesquisas apontam que essa criança que fala 1.200 palavras ouviu cerca de 50 milhões de palavras, cerca de 40 milhões A MAIS do que a criança que só fala 400 palavras. Essa diferença ficará marcada no seu desempenho futuro na escola – e na vida.
Pensando nisso, o Instituto Alfa e Beto dissemina por todo o país programas de leitura para crianças. Um desses programas, realizado em parceria com a prefeitura de Boa Vista (RR), chamou a atenção de pesquisadores da Universidade de Nova York, que esta semana visitam o país para a segunda etapa de uma pesquisa que visa avaliar o impacto do programa nas crianças da capital de Roraima.
O pediatra Alan Mendelson e a psicóloga Adriana Weisledern visitaram creches, famílias e educadores de Boa Vista e estiveram no Rio de Janeiro para uma palestra na Pontifícia Universidade Católica. O objetivo da pesquisa é mensurar os benefícios nas crianças da leitura praticada pelos pais e pelos professores. Os primeiros resultados da pesquisa devem ser divulgados no próximo ano pelo Instituto Alfa Beto.
Outra iniciativa importante relativa ao incentivo da leitura desde o berço foi lançada há cerca de um mês pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e a Fundação Itaú Social.
A campanha, batizada de “Receite um Livro”, orienta que os pediatras receitem aos pais a leitura diária para seus bebês e crianças pequenas como forma de estimular seu pleno desenvolvimento.
Há inúmeras maneiras de ler para os bebês e isso não precisa se restringir ao momento antes de dormir. Ela pode acontecer durante o banho, no ponto de ônibus, na sala de espera do consultório e até em um passeio na rua, quando os adultos incentivam as crianças a reconhecerem palavras a sua volta, apontando e ensinando a pronúncia correta.
A campanha “Receite um Livro” também virou um guia de referência para pediatras e educadores, e traz mais evidências empíricas dos benefícios da leitura. Se você ainda tem dúvidas de que isso pode mudar a vida das crianças, recomendamos a leitura.