Em meio a um cenário cada vez mais competitivo, as instituições de ensino procuram inovar para sobreviver, aumentar a eficiência e servir melhor ao consumidor. Mas é preciso mesmo usar a inovação para melhorar? Ou fazer o básico associado a um conhecimento consistente pode levar a um bem-sucedido modelo de negócio?
Segundo o especialista em educação e presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira, inovar não serve de atalho para deixar de fazer muito bem o que é básico, que é dominar os fundamentos. E talvez este seja o principal problema da educação no Brasil. Convidado pelo Instituto de Pesquisas e Administração da Educação (IPAE) para abordar o tema “As inovações no sistema de aprendizagem”, em Seminário Virtual, o professor levanta reflexões sobre o que é, por que e como inovar. E ainda defende o estudo profundo do que se quer mudar antes de agir, citando exemplos atuais do que se discute em educação.
Inovação é fruto da necessidade. Além de uma clara razão para inovar decorrente de uma necessidade clara (sobreviver, enfrentar a concorrência, deter a perda de alunos, atingir prazos e metas), é preciso definir com clareza o que seja qualidade e educação. E também compreender nitidamente sobre o que se quer inovar, ter sabedoria para utilizar a criatividade, experimentar antes de expandir as ideias e conhecer aonde se quer chegar.
Depois de percorrer os conceitos básicos sobre o tema, o professor deu vários exemplos de oportunidades que levam ou levaram a importantes inovações – e de outras em que isso não é necessário, ou a melhor estratégia. Uma escola Montessoria de alto desempenho, por exemplo, não precisa ficar de olho em inovações – sua melhor estratégia é dominar bem os seus fundamentos. Já um modelo de alto desempenho acadêmico como o das escolas públicas do Estado de Massachussets, nos Estados Unidos, requer um olhar mais avançado sobre as possibilidades existentes para ir além de onde se chegou: quando o plantel de professores é de alto nível, é preciso criar oportunidades para que eles experimentem suas propostas de inovações e as avaliem com rigor, antes de mexer no que já está funcionando bem. Um terceiro exemplo citado pelo professor está relacionado com a necessidade de preparar os jovens para entender as regras de funcionamento do mundo dos robôs. Ou seja, são novas habilidades que apresentam novos desafios, mas que só serão eficazes nas instituições em que o ensino das habilidades básicas estiver bem sedimentado.
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