Alfabetização adotada no Brasil é questionada por especialistas
Antes de mais nada: Redefinindo a Alfabetização no País
Na última quinta-feira, o Instituto Alfa e Beto (IAB) realizou o VII Seminário Internacional de Alfabetização em Belo Horizonte. Sob o tema Como Saber se o Aluno Foi Alfabetizado, o evento reuniu mais de 300 participantes, incluindo pesquisadores, educadores e gestores públicos. Em primeiro lugar, o seminário trouxe uma crítica incisiva ao modelo de alfabetização adotado no Brasil e reforçou a importância de repensar as práticas educacionais para garantir um ensino mais eficiente.
Principais Métodos: O Construtivismo e o Ensino Fônico
Sobretudo, os especialistas questionaram a eficácia do método construtivista, amplamente utilizado no Brasil. Esse método pressupõe que as crianças aprendem a ler e escrever de forma espontânea. Contudo, estudos recentes mostram que o ensino fônico – que relaciona letras e sons – apresenta melhores resultados no desenvolvimento da leitura e escrita. Ou seja, enquanto o método construtivista subestima a necessidade de instruções explícitas, o método fônico baseia-se em evidências científicas que comprovam sua eficácia. Desse modo, países que utilizam o ensino fônico observam um desempenho superior de seus estudantes.
Referências Internacionais e Avaliação da Alfabetização
Para enriquecer o debate, o seminário contou com palestras de pesquisadores da França, Portugal e Itália, que trouxeram modelos de avaliação aplicados em seus países. Nesse viés, esses modelos demonstram como métodos eficazes à realidade brasileira. Bem como discutiram o avanço das pesquisas sobre leitura, os palestrantes enfatizaram a importância de uma avaliação sistemática e científica da alfabetização. Nesse sentido, o pesquisador Frank Ramus, do Laboratório de Ciências Cognitivas da França, destacou como a alfabetização envolve diversas habilidades neurocognitivas, que precisam de uma metodologia bem estruturada para se desenvolverem adequadamente.
Reformulando a Alfabetização no Brasil: A Perspectiva de José Morais
À primeira vista, o evento também apontou para a necessidade urgente de reformulação dos métodos de alfabetização no país. O renomado pesquisador José Morais, da Universidade Livre de Bruxelas, destacou que o pensamento anticientífico que predomina na educação limita o avanço da alfabetização. Segundo Morais, o conceito de que as crianças aprendem a ler sozinhas é ultrapassado. De acordo com experimentos científicos, o método fônico produz resultados mais sólidos e deve ser incorporado como base para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita no Brasil.
Avaliação do Desempenho Brasileiro em Leitura
Analogamente, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) reflete a urgência dessa reformulação. Segundo a avaliação realizada em 2012, o Brasil obteve 410 pontos em leitura, ficando abaixo da média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e em 55º lugar no ranking global. Ainda assim, o desempenho insuficiente dos estudantes evidencia a importância de mudanças significativas nos métodos e práticas de alfabetização.
Caminhos para o Futuro da Educação no Brasil
Definitivamente, o Instituto Alfa e Beto trouxe à tona a importância de repensar o modelo de alfabetização no Brasil com base em evidências científicas. Dessa forma, o seminário promoveu um espaço de debate essencial para a construção de uma educação inclusiva e eficaz. Por último, o Instituto Alfa e Beto reforça seu compromisso em continuar liderando essas discussões e ações.
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