Método fônico é qualquer método que ajude o aluno a fazer relações entre fonemas e grafemas. Há diversas maneiras e formas de aplicar métodos fônicos, e nem todas são igualmente eficazes. O nome fônico deriva da palavra inglesa phonics (e por isso não deve ser chamado de fonético, que não se aplica nesse contexto).
Existem evidências científicas consideradas vistas com consenso entre acadêmicos sobre os seguintes aspectos dos métodos fônicos:
- De modo geral, apresentam resultados superiores aos de outros métodos. O uso de textos escolhidos por outros critérios (como o tema, a motivação dos alunos, o gênero etc.) mostra-se ineficiente na medida em que os alunos dividem sua atenção, memória e esforço cognitivo entre objetivos diferentes;
- Geralmente, beneficiam todos os tidos de alunos, mas são particularmente mais eficazes com alunos com dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita;
- São mais eficazes quando ensinados de forma sistemática, e não de forma casual; também são mais eficazes quando utilizam técnicas de síntese de fonemas.
O uso de métodos fônicos não ocorre de forma abstrata; ele se dá mediante a utilização de materiais didáticos diversos – uso de letras, alfabetos, textos desenvolvidos ou escolhidos por critérios semânticos e morfossintáticos. Esses materiais se encontram na forma de orientação, fichas e listas de palavras, ou sistematizadas em manuais de alfabetização (conhecidos no Brasil como cartilhas).
Os métodos fônicos são usados em praticamente todos os países de língua alfabética da Europa e em todos os países de língua inglesa ao redor do mundo. Na Inglaterra, o uso de métodos fônicos não apenas é obrigatório como há uma estrutura e sequência no tratamento dos fonemas.
Nos Estados Unidos, ele não é obrigatório, mas encontra-se incorporado ao programa de ensino da maioria dos estados, e é recomendado pela Academia Nacional de Ciências e especialistas das principais universidades do país. Na França, os professores podem escolher o método que vão seguir para ensinar, mas não podem escolher métodos comprovadamente ineficazes, como o método global. Eles também precisam julgar suas escolhas de método de ensino com argumentos convincentes e, na prática, 90% utilizam materiais baseados nos métodos fônicos.
Como se pode notar, em países onde a capacidade de ler e compreender textos se evidenciou ao longo dos anos como fator de desenvolvimento econômico e social, os estudos sobre alfabetização e a atualização dos currículos escolares levaram a uma revisão profunda das questões relacionadas como a alfabetização, incluindo os métodos de alfabetização. E cada vez mais os métodos fônicos mostram sua eficácia na alfabetização e ganham destaque com o respaldo da ciência.
No Brasil, o método fônico tem sido considerado por muitos como atrasado e incompatível com o estado atual de conhecimento sobre alfabetização. Também há uma predisposição contrária ao uso de determinados textos didáticos para o ensino da decodificação. Contudo, diante das evidências é cada vez mais necessário aproveitar o debate sobre o currículo nacional para levantar questões relacionadas a alfabetização. Estaria o Brasil no caminho, e o resto do mundo na contramão?