A Qualidade da Educação Superior Brasileira: Uma Reflexão Necessária
Primeiramente, discutir a qualidade da educação superior brasileira é essencial para compreender os desafios e propor soluções efetivas. Sobretudo, o relatório da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) lança luz sobre o sistema de avaliação atual, destacando suas falhas e oferecendo diretrizes para uma reformulação.
Um Panorama Inicial: Muito Esforço, Resultados Insatisfatórios
Antes de mais nada, é importante considerar que os investimentos no ensino superior brasileiro aumentaram e aumentaram. Entre 2008 e 2017, os gastos públicos passaram de R$ 32 bilhões para R$ 75 bilhões. Apesar disso, a ausência de uma ferramenta padronizada de avaliação impede uma análise precisa da qualidade dos cursos e instituições. Atualmente, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) enfrentou diversas críticas. As provas não permitem comparações claras entre anos ou cursos e, frequentemente, os estudantes demonstram baixo engajamento, comprometendo os resultados.
Além disso, os indicadores do ENADE misturam variáveis heterogêneas, como infraestrutura e titulação de professores, dificultando a identificação de cursos de excelência. Nesse sentido, fica evidente a necessidade de ajustes urgentes no modelo de avaliação.
As Críticas da OCDE: O Que Precisa Mudar?
Sob o mesmo ponto de vista, as convenções estruturais da OCDE comprometem a eficácia do sistema. Primeiramente, a ênfase excessiva na avaliação de cursos, em detrimento das instituições, torna o processo extremamente burocrático. Atualmente, com mais de 35 mil cursos em 2.500 instituições, é inevitável manter um modelo tão detalhado.
Ao mesmo tempo, a falta de autonomia do órgão avaliador — diretamente direcionada ao Ministério da Educação — gera conflitos de interesse. Como resultado, tanto as instituições públicas quanto as dificuldades privadas para operar sob um sistema ineficiente e centralizado.
Recomendações: Caminhos para Melhorar
A OCDE propõe, de maneira clara, soluções práticas que podem transformar o sistema de avaliação. Antes de tudo, recomendamos a criação de uma agência autônoma para liderar os processos avaliativos. Além disso, sugere que instituições bem avaliadas tenham maior autonomia, diminuam a burocracia e incentivem a inovação.
Por outro lado, a avaliação deve priorizar indicadores úteis, como taxas de abandono, empregabilidade de graduados e relevância dos currículos. Analogamente, é necessário considerar o desempenho dos estudantes como direcionados centralmente, em vez de focar exclusivamente na produtividade acadêmica dos docentes.
Oportunidade de Mudança
Acima de tudo, o relatório da OCDE representa uma oportunidade única para remunerar a educação superior brasileira. Como resultado, é possível construir um sistema mais ágil, transparente e focado em resultados, que beneficie estudantes, instituições e a sociedade.
Por fim, convidamos você a participar dessa discussão essencial. Acesse o relatório completo aqui e junte-se ao movimento por uma educação superior de qualidade no Brasil.