Este post faz parte de uma série produzida pelo Instituto Alfa e Beto que irá desvendar em 20 capítulos a inteligência. Todas as segundas-feiras são publicados novos artigos neste espaço. Acompanhe! Clique aqui e veja todos os posts já publicados. Para ver o índice completo da série, clique aqui.
A medida do QI: como medir a inteligência
Antes de mais nada, para compreender como os testes de QI funcionam, é importante entender o conceito de curva normal. Imagine, por exemplo, um teste escolar com 10 questões, onde cada questão vale 1 ponto. Embora a média das notas calcula-se facilmente, ela não mostra a verdadeira distribuição das habilidades dos alunos. Para entender melhor a performance dos estudantes, é necessário analisar a distribuição das notas, ou seja, como os alunos se distribuem ao redor da média.
A curva normal nos testes de QI
Primordialmente, os testes de QI seguem a curva normal. Essa distribuição estatística divide os resultados em segmentos, chamados de desvios padrão. Esses desvios ajudam a classificar a inteligência de forma mais precisa, permitindo comparações entre diferentes populações ao longo do tempo. Nesse sentido, organizam os resultados dos testes de QI de maneira que podemos entender a inteligência de um indivíduo em relação a toda a população testada.
Como a curva normal funciona nos testes de QI
Em primeiro lugar, vamos entender os principais segmentos da curva normal nos testes. A média é 100, e a distribuição segue padrões bem definidos:
- 50% das pessoas ficam acima ou abaixo da média.
- 34,13% dos indivíduos estão entre a média e o primeiro desvio padrão.
- 13,59% ficam entre o primeiro e o segundo desvio padrão.
- 2,14% estão entre o segundo e o terceiro desvio padrão.
- Apenas 0,14% da população está além do terceiro desvio padrão. Esses números indicam como a inteligência se distribui em uma população grande, revelando uma proporção muito pequena de pessoas com desempenho extremamente elevado ou baixo.
Como classificar a inteligência com base no QI
Além disso, ao usar a curva normal, podemos classificar um indivíduo com precisão. Por exemplo, um indivíduo com 85 pontos está 1 desvio padrão abaixo da média, enquanto alguém com 115 pontos está 1 desvio padrão acima da média. Em contrapartida, indivíduos com 130 pontos ou mais são frequentemente classificados como superdotados ou gênios, com menos de 3% da população atingindo essa pontuação.
A calibração dos testes
Todavia, é importante compreender que os testes de são para populações específicas. Por exemplo, a maioria dos testes de QI de psicologia são desenvolvidos nos Estados Unidos e, por isso, refletem as características daquela população. Portanto, se esses testes forem aplicados em outro país, como o Brasil, é necessário calibrá-los para refletir a realidade local, uma vez que a média de QI pode variar entre países.
A medição da inteligência e suas complexidades
Em síntese, os testes de QI são ferramentas precisas para medir a inteligência, desde que compreendamos a curva normal e a calibração dos testes. Apesar de sua precisão, é importante lembrar que o QI é uma métrica relativa, dependente do contexto em que se aplica. Dessa forma, a interpretação dos resultados deve ser feita com cautela, considerando sempre a população e o momento da realização do teste.
Na próxima semana…
Os testes de QI revelam diferenças cognitivas entre grupos pessoas, por exemplo, homens e mulheres. É o que veremos no próximo post. |