Do que se trata
- Em todos os países desenvolvidos, a maioria dos jovens frequenta escolas especializadas que oferecem cursos médios de nível técnico profissional. Os currículos são diversificados. Há uma vertente acadêmica, na qual os alunos se especializam em disciplinas afins. Em consequência, os testes de conclusão do ensino médio também são diferentes. Com isso os alunos podem estudar menos disciplinas e se aprofundar nas mesmas. Além disso podem optar por áreas de seu interesse, aumentando a motivação e as chances de conclusão.
- A legislação brasileira ainda não avançou o suficiente na área do ensino médio. Há uma enorme ambivalência dos educadores e legisladores a respeito do ensino médio voltado para a formação profissional. E há muita confusão conceitual a respeito de como deveriam se organizar as áreas do ensino acadêmico. Além disso há um peso exagerado nas disciplinas que compõem o que se denomina “educação geral”. O sistema S é deixado de fora do ensino médio técnico.
- O ENEM unificado é o maior empecilho à diversificação do ensino médio.
O que dizem as evidências
- Na maioria dos países, inclusive no Brasil, a taxa de retorno para concluintes do ensino médio técnico é superior à dos alunos que concluíram o ensino médio acadêmico.
- As evidências também mostram que os alunos que não concluem o ensino médio obtêm salários inferiores aos que concluíram o ensino fundamental. Esse dado sugere que a escolha de cursos médios mais adequados pode contribuir para aumentar a taxa de conclusão do ensino médio e, assim, assegurar maiores taxas de retorno.
- Mesmo nos países mais desenvolvidos a maior parte da força de trabalho é composta por indivíduos com nível médio ou inferior. Poucos países possuem mais de 30% da força de trabalho com pessoas com nível superior.
- A esmagadora maioria dos alunos chega despreparada ao ensino médio. Isso ainda deverá permanecer sem grandes mudanças nas próximas décadas – ou pelo menos até que se inicie uma transformação profunda na educação infantil e no ensino fundamental.
O Instituto Alfa e Beto defende e propõe que:
- O Governo Federal deveria considerar uma revisão dos aspectos da legislação para tornar claro:
- A independência do ensino médio técnico como forma legítima de ensino médio.
- A organização do ensino acadêmico em áreas consistentes com as disciplinas e/ou áreas de concentração do ensino superior.
- O envolvimento das instituições do Sistema S, pois elas possuem competência e recursos para assumir, no todo ou em parte, a responsabilidade pela ampla oferta de formação profissional nesse nível de ensino.
- A evidência sobre a cultura organizacional dos CEFETs e o destino de seus alunos sugere que essas instituições não têm vocação para formar técnicos de ensino médio. Portanto seu status, razão de ser e suas funções deveriam ser repensados.
Principais publicações do Instituto Alfa e Beto sobre o tema:
- 2008 – Ensino Médio Diversificado: Modelos de Sucesso. Ciclo de Seminários InternacionaisEducação no século XXI.
- Fratura na Base: (Capítulo 3).
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