Contextualizados com os dados do Pisa, exame internacional aplicado pela OCDE, os dados do Enem 2015 mostram que as elites brasileiras estão muito abaixo do padrão internacional de educação. É o que afirma o presidente do IDados, Paulo Oliveira em entrevista à rádio CBN. O IDados é um centro de estudos ligado ao Instituto Alfa e Beto.
“É importante interpretar os resultados do Enem no contexto do Pisa, porque se olharmos só para o Enem, só enxergamos o Brasil. O Pisa nos permite comparar o país com o resto do mundo”, diz Paulo Oliveira. “E o que o Pisa nos mostra é que a elite brasileira tem um desempenho comparável com a média dos alunos da OCDE e com os 25% piores da China”. A comparação, salienta o presidente do IDados, é essencial em um mundo cada vez mais globalizado e uma economia brasileira cada vez mais aberta.
Sobre a evolução dos alunos brasileiros no Enem, Paulo Oliveira lembra que na prova de Redação os dados não podem ser comparados com anos anteriores, pois as provas não são compatíveis – segundo, inclusive, o próprio Ministério da Educação. “Já na prova de Linguagem e Códigos houve uma pequena melhorem relação a 2013, mas não em relação a 2014”, diz.
O presidente do IDados lembra, ainda, que é preciso analisar os dados do Ensino Médio sem perder de vista os dados do Ensino Fundamental. “Os resultados ruins do Ensino Médio são reflexos da má qualidade do Ensino Fundamental. Se olharmos sobretudo para a rede estadual, os alunos estão concentrados nos níveis 1 e 2 de desempenho, principalmente no nível 1. Isso mostra que eles não sabem o básico. Isso mostra que eles tiveram um Ensino Fundamental deficiente.”