O Brasil não precisa de mais escolas, mas de qualidade na educação
A princípio, é fundamental deixar claro que toda análise sobre a educação no Brasil deve se basear em dados e evidências científicas. Nesse sentido, existem três fatores cruciais que precisam ser discutidos e articulados da melhor maneira para que possamos dar um salto na qualidade da educação brasileira.
1. Qualidade acima de quantidade
Primeiramente, o Brasil não precisa mais focar na quantidade de alunos matriculados, mas sim na qualidade do ensino oferecido. Ao longo dos anos, o número de estudantes no ensino básico das escolas públicas caiu consideravelmente. Em 2008, havia 40 milhões de alunos; hoje, são apenas 33 milhões – uma redução de 7 milhões em 14 anos. Além disso, só neste ano, houve uma queda de 4%.
Afinal, a população em torno das escolas envelheceu. Com menos alunos, novas possibilidades surgem: implementar o ensino integral, transformar escolas ociosas em centros de tutoria ou até mesmo em postos de saúde, considerando a demanda demográfica crescente. Há 20 anos, escolas operavam em até quatro turnos para dar conta da demanda. Hoje, o cenário é outro.
2. A escolaridade da mãe é fundamental
Sobretudo, a escolaridade da mãe é um fator decisivo para o desenvolvimento cognitivo da criança. Estudos demonstram que ela tem um impacto três vezes maior que o da escolaridade do professor.
De acordo com o estudo de Ricardo Paes de Barros, cada ano adicional de estudo da mãe multiplica significativamente as chances de sucesso dos filhos. Por exemplo, a probabilidade de uma criança terminar o Ensino Médio sendo filha de uma mãe analfabeta é de apenas 20%. Por outro lado, se a mãe possui o Ensino Médio completo, essa chance sobe para mais de 90%.
Portanto, saber a escolaridade da mãe é essencial no momento da matrícula escolar. A boa notícia é que, a cada ano, a escolaridade média da população cresce, o que impacta positivamente as futuras gerações.
3. Mais investimento por aluno
Atualmente, o Brasil investe muito em educação, mas de maneira ineficiente. Para se ter uma ideia, entre 2021 e 2026, municípios e estados investirão juntos cerca de 400 bilhões de reais em Educação Básica. As projeções indicam que, em 2026, esse valor chegará a 470 bilhões de reais – um aumento de 70 bilhões em apenas cinco anos.
Ainda assim, o Brasil investe por criança apenas metade do que o Chile destina à Educação Básica. Nesse sentido, o foco deve ser direcionado ao aumento do investimento por aluno e, principalmente, à melhoria da qualidade do ensino medida pela aprendizagem.
Em outras palavras, não se combate a pobreza consertando apenas as condições socioeconômicas. Ao contrário, é melhorando a educação que o Brasil terá a capacidade de erradicar a pobreza.
O caminho para um futuro educacional de qualidade
Acima de tudo, é preciso olhar para o cenário educacional com uma perspectiva mais estratégica: menos alunos, mais recursos e melhor qualidade no ensino. Melhorar a educação não é apenas uma questão de política pública, mas sobretudo uma estratégia para o desenvolvimento do país.
Por fim, investir na educação é a chave para garantir um futuro mais justo e próspero para todos.
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