5 políticas que podem melhorar a educação
A relação entre renda e qualidade educacional
Antes de tudo, é importante reconhecer que comunidades com maior renda tendem a apresentar melhores resultados educacionais. Isso ocorre devido a fatores como maior acesso à cultura, escolaridade dos pais e apoio familiar. No entanto, escolas de uma mesma faixa socioeconômica podem apresentar desempenhos drasticamente diferentes. A explicação, segundo o economista Roland Fryer, professor de Harvard, está em cinco fatores determinantes.
1. Feedback constante aos alunos
Em primeiro lugar, escolas que aplicam feedback frequente alcançam melhores resultados no aprendizado. Isso envolve conversas diretas com os alunos, identificando suas dificuldades, oferecendo ajuda e reforçando o compromisso com o sucesso acadêmico. Dizer “eu me importo com você” faz toda a diferença no engajamento do estudante.
2. Uso de dados para guiar a educação
Além disso, o uso de dados educacionais é essencial para planejar o ensino com base em evidências. Informações sobre desempenho ajudam a identificar dificuldades, organizar as aulas e, sobretudo, tomar decisões eficazes. Dessa forma, a escola pode intervir de maneira mais precisa e eficiente.
3. Oferta de tutoria
Ainda mais importante, quando as dificuldades surgem, a tutoria deve ser oferecida rapidamente. Isso pode ocorrer no contraturno escolar ou em atividades de reforço com métodos diferenciados. Outra alternativa é a tutoria entre pares, na qual um aluno ajuda o outro, trocando conhecimentos e experiências.
4. Horário instrucional expandido
Outro fator relevante é a ampliação do horário instrucional, com foco especial nas disciplinas de Português e Matemática. Esse tempo adicional deve contar com grupos menores e estratégias específicas, aumentando a eficácia do ensino sem repetir a mesma metodologia das aulas regulares.
5. Altas expectativas e metas ambiciosas
Por fim, altas expectativas são cruciais para impulsionar a qualidade educacional. Redes de ensino devem buscar metas ambiciosas, como superar padrões internacionais, e ter o compromisso de contar com os melhores professores e diretores. Como exemplo, municípios brasileiros já atingem médias acima de 7 ou 8 no Saeb.
O estudante como elemento central
Esses fatores evidenciam que o foco no estudante é o caminho para o sucesso educacional. Para isso, é necessário conhecer profundamente o aluno, suas condições familiares e sua saúde. Por exemplo, se um estudante é filho de mãe analfabeta, ele precisa de mais suporte, como tutoria e tempo instrucional expandido.
Além disso, o professor e o diretor desempenham papéis fundamentais. O professor deve aprimorar sua didática e planejamento, enquanto o diretor precisa liderar com eficiência e acompanhar o desempenho dos docentes. A qualidade do capital humano, e não as infraestruturas como quadras ou laboratórios, é o verdadeiro diferencial no aprendizado.
Exemplos internacionais de sucesso
Do mesmo modo, Polônia e Vietnã ilustram como políticas bem estruturadas transformam a educação. A Polônia, em apenas seis anos, saiu de resultados abaixo da média europeia para figurar entre os 10% melhores do continente, graças à continuidade nas políticas educacionais. Já o Vietnã, com uma população de 100 milhões de habitantes, revolucionou seu ensino de Matemática em 12 anos ao investir na capacitação contínua de professores e diretores e garantir recursos suficientes para implementar suas políticas.
Unir esforços para elevar a qualidade do ensino
Em síntese, os exemplos da Polônia e do Vietnã mostram que é possível realizar mudanças significativas com planejamento, continuidade e investimento no capital humano. O Brasil já deu um grande passo nos anos 1990 com a universalização do acesso à educação. Agora, é o momento de unir esforços novamente para elevar a qualidade do ensino e garantir um futuro mais promissor para nossos estudantes.
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