Na última terça-feira (13/08), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados debateu os desafios da alfabetização no Brasil. Convidado pelo deputado Nikolas Ferreira (MG), o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira, alertou sobre equívocos do Ministério da Educação (MEC) que comprometem o aprendizado das crianças.
Principais Críticas aos Métodos de Alfabetização do MEC
Definição Errônea de Alfabetização
João Batista argumenta que há um erro fundamental na forma como o MEC define alfabetização. Segundo ele, isso resulta em propostas pedagógicas inadequadas, métodos de ensino ineficazes e avaliações falhas, criando então um ciclo de “desastre educacional”.
Desprezo pela Ciência
O debate também destacou a falta de respeito do MEC pelas evidências científicas consolidadas sobre a alfabetização. João Batista questionou por que o ministério prefere teorias não comprovadas e práticas sem base científica. Ele argumenta, por isso, que a alfabetização pode e deve ocorrer até o final do 1º ano do ensino fundamental, com base nas características da Língua Portuguesa e nas melhores práticas educacionais.
Exemplo de Sucesso: Sobral
A doutora em Educação Ilona Becskeházy mencionou o exemplo do município de Sobral, que seguiu rigorosamente as orientações da ciência cognitiva e obteve um reconhecido sucesso educacional. Isso demonstra então a importância de políticas educacionais fundamentadas em ciência.
Meta do MEC para 2030: Um Alvo Crítico
Marcio da Costa, especialista em Educação, criticou a meta do MEC de alfabetizar 80% das crianças até o final do 2º ano do ensino fundamental em 2030. Segundo ele, deixar 20% das crianças não alfabetizadas é inadmissível e desconsidera assim as evidências científicas sobre métodos eficazes de alfabetização.
Reação do Congresso e Próximos Passos
O debate culminou com um pedido para que o presidente do Inep justifique as bases científicas das políticas atuais de alfabetização. O deputado Nikolas Ferreira se comprometeu assim a levar adiante esse pedido, sinalizando a importância de um diálogo mais profundo entre o governo e a comunidade acadêmica.
Para assistir ao debate completo, acesse o vídeo da audiência no YouTube.