O Custo da Repetência e a Busca por Soluções na Educação Brasileira
O jornal Folha de S. Paulo publicou originalmente este artigo, que aborda o dilema educacional no Brasil entre a repetência em massa e a promoção automática. De início, autor defende a promoção automática como a opção menos prejudicial entre as duas. Afinal, a repetência em massa, prática comum em alguns países da América Latina e da África, gera custos elevados, estimados em cerca de R$ 9 bilhões por ano no Brasil — recursos que poderiam apoiar diretamente o aprendizado dos alunos.
Impactos da Repetência em Massa
A princípio, a repetência cria um ciclo vicioso que afeta diretamente a autoestima e a motivação dos estudantes. Nesse sentido, quando repetidas várias vezes, os alunos começam a acreditar que o fracasso é evidente, reforçando a percepção de que “o professor não gosta de mim, por isso sou reprovado”. Em contraste, na Europa e em algumas escolas particulares brasileiras, aplica-se a repetência ocasional e apenas em casos específicos, sempre com forte apoio familiar e social. Assim, essa prática torna-se uma medida de última alternativa, aplicada com cautela e justificativas bem fundamentadas.
Repetência e Infrequência Escolar
Além disso, a infrequência escolar complica ainda mais o cenário. Nesse contexto, no Brasil, a legislação atual exige reprovar alunos com mais de 25% de faltas, em vez de incentivá-los a frequentar diariamente a escola. Dessa forma, o sistema educacional brasileiro reforça a evasão escolar e desvincula a promoção do aprendizado eficaz, o que resulta em uma educação superficial e ineficaz.
Promoção Automática com Responsabilidade
A promoção automática, embora não seja uma solução perfeita, torna-se uma alternativa viável quando a reforma de forma responsável. Com um acompanhamento adequado, ela pode garantir a progressão dos alunos sem desconsiderar o aprendizado. Segundo o Instituto Alfa e Beto, o foco das escolas deveria estar na alfabetização de 95% dos alunos ao final do 1º ano. Numa avaliação do Instituto, realizada em 400 municípios, constatou-se que 70% dos alunos do 2º ao 5º ano eram analfabetos, ainda que tenham sido promovidos. Isso demonstra a urgência de um sistema de ensino mais eficiente e focado nas competências essenciais.
Uma Alternativa: A Pedagogia do Sucesso
O autor sugere que, em vez de insistir na pedagogia da repetência, o Brasil deve adotar uma “pedagogia do sucesso”. Essa abordagem incentiva métodos de ensino competentes, com estratégias preventivas e alternativas para alunos em dificuldade. Embora o país não resolva plenamente esse desafio, o autor propõe que a promoção automática, renovada de forma responsável, seja uma escolha mais prudente para minimizar os danos ao aprendizado dos estudantes.
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