A Educação Brasileira e a Eficiência dos Recursos
Antes de tudo, o aumento dos investimentos em educação no Brasil não gerou melhorias significativas. Mesmo com a proposta de ampliar os recursos para 10% do PIB, João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, acredita que o desperdício causado pela ineficiência supera os desvios financeiros. Para ele, apenas aumentar o orçamento sem reformas estruturais significa desperdiçar recursos em um sistema que pouco se transforma.
O Impacto da Repetência no Ensino Fundamental
Ainda mais, Oliveira destaca que o Brasil acumulou bilhões com a repetência escolar. Atualmente, o país gasta mais de R$ 15 bilhões ao ano apenas no ensino fundamental. Além disso, ele observa que a prática de contratar dois professores para cada turma reduz o potencial de melhorias salariais e de reformas. Ou seja, a solução não é um simples acréscimo de palavra, mas sim uma revisão profunda dos critérios de distribuição e alocação.
A Questão da Gestão na Educação
Além disso, a questão da gestão educacional é central. Embora o Ministério da Educação (MEC) tenha direcionado R$ 23,4 bilhões para gestão e manutenção em 2012, os avanços continuam limitados. Segundo Oliveira, o Brasil carece de uma estrutura educacional sólida, com políticas de longo prazo. Em nenhum lugar disso, o governo aposta em programas temporários que não enfrentam os desafios reais da educação e drenam recursos sem resultados consistentes.
Investimento X Qualidade da Educação
Além disso, o investimento em educação no Brasil está próximo da média dos países da OCDE. No entanto, o desempenho educacional fica aqui, evidenciado pela colocação do país no PISA, onde ocupa a 53ª posição entre 65 nações avaliadas. Para Oliveira, essa discrepância reflete problemas na formação e na atração de talentos para o magistério, resultando em profissionais que não dominam os conteúdos essenciais para um ensino de qualidade.
A Construção do Capital Humano e o Futuro Educacional
Em primeiro lugar, Oliveira argumenta que o Brasil precisa adotar uma visão de longo prazo na formação de capital humano. Estudos do prêmio Nobel Jim Heckman demonstram que investimentos iniciais na educação infantil geram maiores retornos. No entanto, é crucial que o país também continue a apoiar o desenvolvimento nas outras fases da educação, mantendo o investimento ao longo do sistema.
A Relevância das Competências Não-Cognitivas
Por fim, Oliveira ressalta a importância das habilidades não cognitivas, como autocontrole e persistência, que desempenham um papel vital no desenvolvimento pessoal e social dos alunos. Ele conclui que uma educação realmente eficaz deve ir além do ensino cognitivo, envolvendo também as famílias e a comunidade.
Portanto, o Brasil precisa de uma liderança que promova essas mudanças essenciais e que reconheça a educação como uma base para o desenvolvimento do país.