Soletrar é uma das várias atividades de alfabetização. Consiste no processo de decodificar fonemas e grafemas. O aluno que sabe soletrar é capaz de escolher o grafema ou grafemas adequados ao som que ouviu e justificar sua escolha. Quando tratamos de frases de desenvolvimento da escrita, mencionamos que a fase alfabética marca o início da aplicação do princípio alfabético.
No primeiro momento, o aluno aprende a aplicar as regras gerais de transição fonografológicas, o que o leva muitas vezes a escrever de acordo com o som que ouviu, ou usar uma das várias formas possíveis de gravar uma palavra. Nesse momento, o aluno ainda poderá escrever a palavra casa com a letra s ou com a letra z.
À medida que vai aprendendo que nem todas as correspondências são unívocas (um som – uma letra), o aluno vai tomando consciência do código alfabético, ou seja, das normas que sancionam o uso de determinada grafia. Duas observações devem ser levadas em consideração:
Primeiro: nem tudo que o aluno aprende sobre o código alfabético se dá de forma consciente. Muito dessa aprendizagem acontece de forma implícita – decorrente sobretudo da exposição a textos, através da leitura
Segundo: tomar consciência do código alfabético não significa decorar regras ortográficas. Nesse estágio, o aluno vai aprendendo regularidades e, com ajuda do professor e colegas, desenvolvendo estratégias, algoritmos ou mesmo formulações para compreender e explicar por que tio se escreve com a letra o no final, embora se pronuncia como um /u/ átono na maior parte do Brasil.
O ensino eficaz da soletração ou decodificação escrita se torna mais eficaz quando o aluno já possui um domínio razoável da caligrafia; quanto melhor e mais automática a caligrafia, mais atenção o aluno pode colocar no domínio do código ortográfico.
Conheça essas e outras atividades de alfabetização no livro ABC do Alfabetizador, escrito pelo professor João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto.