De acordo com uma das maiores estudiosas da alfabetização no século XX, a professora polonesa Jeanne Chall, os estágios do desenvolvimento dos alunos na leitura não são fixos. Ou seja, eles refletem mudanças que o aluno vai experimentando nas suas competências para ler.
Nesse sentido, Chall observou que nem todos os alunos conseguem chegar no final do processo – seja por deficiência no ensino ou na aprendizagem. Em primeiro lugar, existem aprendizagens preliminares à alfabetização que são essenciais. Em um segundo momento, acontece o início da alfabetização, que significa a capacidade de decodificar.
Vamos ver então quais são as 5 etapas do desenvolvimento da leitura proposta por Chall:
Pseudoleitura
Nesse estágio inicial que vai dos 6 os 7 anos, antes de entrar na escola, a criança “finge” que lê. Ela conta uma história olhando para as ilustrações, reconhece alguns sinais e até escreve o próprio nome. Dessa forma, é importante que adultos ou crianças mais velhas leiam histórias interessantes para as crianças mais novas.
Leitura inicial ou decodificação
Essa etapa acontece na Pré-Escola, é onde a criança aprende a relação entre os sons e as letras impressas, entre as palavras escritas e faladas. Assim, ela já consegue ler textos simples. Uma criança com escolaridade de qualidade é capaz de entender cerca de 4.000 palavras, mas consegue ler pouco mais do que 600.
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Fluência
A partir do 1° ou 2° ano, a criança lê textos simples e histórias familiares com fluência cada vez maior. Isso ocorre n medida em que a criança consolida os princípios da decodificação e amplia o vocabulário de palavras que reconhece automaticamente. A criança aprende lendo livros didáticos, informativos, enciclopédias etc.
No início desse estágio, a criança consegue compreender cerca de 9.000 palavras. Sua capacidade de aprender ouvindo ainda é muito superior á sua capacidade de aprender lendo.
Ler para aprender
Do 3° ao 9° ano, a criança usa a leitura para aprender novas ideias, adquirir informações, conhecimentos e experimentar sentimentos e emoções. Assim, ela começa a ser capaz de ler, interessar-se e apreciar tetos mais complexos de ficção, biografias e outros gêneros.
O aluno tem maior capacidade de aprender lendo do que ouvindo – quando se trata de assuntos mais complexos. Os leitores com maior dificuldade ainda compreendem igualmente o que ouvem e o que leem.
Pontos de vista diferentes
Já no Ensino Médio, o aluno começa a ser capaz de ler textos expositivos e narrativos mais complexos, em que se apresenta uma variedade de pontos de vista. Assim, o aluno precisa ler e estudar uma variedade de assuntos de disciplinas variadas. O estudo sistemático de palavras e decomposição de palavras é essencial.
Consolidação
Essa é a última etapa do processo de desenvolvimento da leitura e acontece no Ensino Superior. O leitor usa a leitura para preencher suas necessidades e objetivos pessoais e profissionais.
Assim, o aluno precisa ampliar os tipos e materiais de leitura, ler materiais mais difíceis e mais complexo e ir além de suas necessidade e interesses imediatos. Nessa etapa, o aluno aprende muito mais lendo do que ouvindo.
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Obs: Texto baseado no livro “ABC do Alfabetizador, de João Batista Oliveira.