Fazer educação é como plantar uma floresta: você planta árvores e leva tempo para você ver a floresta. Mas para que haja floresta, é preciso plantar árvores, cultivá-las e protegê-las das ameaças.
Neste último post da série sobre como transformar a educação, apresentamos três medidas que podem se transformar em magníficas florestas. Elas são complexas e seus efeitos levam algum tempo para aparecer. Este é um trabalho para políticos com visão de longo prazo, ou seja, para homens públicos e estadistas.
- Políticas para a Primeira Infância
Na sociedade do conhecimento, o investimento de maior retorno é o que se faz nas pessoas, no chamado capital humano – em especial na Primeira Infância, nos anos iniciais de vida.
Sabemos quais investimentos tendem a produzir melhores resultados. Deve-se investir na prevenção da gravidez juvenil; na orientação e cuidados durante a gravidez; nas famílias para que elas aprendam e possam cuidar de seus filhos; em programas como creches, desde que elas sejam de excelente qualidade. Creches medíocres ou ruins são piores do que a falta de creches. Ou seja: política de Primeira Infância está longe de ser política de criar creches.
- Tirar mais proveito da pré-escola
O ideal da pré-escola é combinar um currículo rico e rigoroso com uma implementação flexível. Isso significa prever atividades adequadas à faixa etária de 4 e 5 anos, e apresentá-las às crianças de forma lúdica, pois a criança dessa idade aprende melhor brincando e experimentando. A criança pode passar parte importante do dia fazendo o que gosta, e na outra parte deve aprender a gostar de participar de outras atividades importantes para o seu desenvolvimento.
Tanto na Primeira Infância quanto na pré-escola, a saída está na busca de formas alternativas de atendimento, que requerem estratégias apropriadas às diferentes circunstâncias locais, mas que necessariamente incluem a participação das famílias, de instituições da sociedade civil (por meio de parcerias) e, de preferência, da juventude.
- Atenção aos professores
Um sistema educativo é tão bom quanto a qualidade de seus professores. Isso poderá mudar no futuro, com o avanço e as transformações impostas pela tecnologia. Mas até lá essa máxima continua valendo, e a verdadeira revolução educacional acontecerá quando o Brasil passar a atrair e manter no magistério os melhores talentos.
Para isso, é necessário estruturar uma nova carreira para novos professores, garantindo, entre outras coisas, rigor na seleção e remuneração atraente. De que maneira pode se dar este processo? Uma forma é a criação de novas carreiras, com novas regras e critérios. Essas carreiras seriam abertas tanto para novos professores quanto para os atuais, que poderiam migrar para ela desde que satisfizessem os requisitos estabelecidos. Os demais permaneceriam em suas carreiras atuais, sem nenhum demérito ou prejuízo.
Chegamos ao fim da nossa série sobre como transformar a educação.
Ao longo dos últimos posts, vimos que transformar a educação não é trivial, mas não é impossível. As medidas apresentadas aqui e contidas no Guia de Boas Práticas, do Instituto Alfa e Beto, não são uma receita do que deve ser feito, mas apresentam elementos presentes em processos de mudanças bem-sucedidos.
Quer saber mais? Em nosso acervo de publicações, você encontra centenas de outras referências sobre temas apresentados neste espaço.