Na última semana, aconteceu no Rio de Janeiro o VIII Seminário Internacional do Instituto Alfa e Beto. O evento contou com a presença de mais de 200 convidados, que compareceram ao Rio Othon Palace para acompanhar as palestras realizadas nos dias 13 e 14.
O seminário contou com a participação do pesquisador Roger Beard, que falou sobre ensino da língua e formação de professores. Entre outros veículos de comunicação, Beard concedeu entrevista ao jornal A Tarde, da Bahia, na qual falou sobre as práticas de formação e recrutamento de docentes de sucesso em outros países. Abaixo você confere a reportagem completa.
Em breve publicaremos aqui em nosso site os vídeos das apresentações realizadas nos dois dias de seminário. Também lançaremos ainda neste semestre um livro com artigos sobre os temas discutidos nas palestras, destacando a importância das evidências para a educação.
Não deixe de acompanhar nosso site, traremos em breve mais novidades! Confira a seguir a reportagem do jornal A Tarde com Roger Beard.
O especialista Roger Beard, referência em alfabetização, desenvolvimento da escrita e formação de professores de língua, avalia que parcerias entre universidades e escolas podem influir positivamente na carreira do professor e que um professor bem formado é condição-chave para melhorar o desempenho dos alunos: “Os países com melhor desempenho recrutam seus professores entre os 5 a 30% melhores alunos do ensino médio. A formação assegura que o professor adquira o domínio do conteúdo e dos métodos e técnicas adequadas ao seu ensino.”
Beard, pesquisador e professor do Instituto de Educação da Universidade de Londres, tida como a melhor instituição da área no mundo, esteve no Brasil a convite do Instituto Alfa e Beto para debater o ensino da língua e a formação de professores no VIII Seminário Internacional no Rio de Janeiro.
Ele encara a língua como instrumento central para o aprendizado das várias disciplinas e diz que aprender a ler e escrever permite ao indivíduo usar informações de forma eficiente e desenvolver a criatividade.
O professor ressalta que é importante investir no desenvolvimento profissional do professor para que tenha uma formação sólida, que permita a reflexão. “Estive em uma universidade em que os estudantes eram encorajados a se dedicar, antes do fim das aulas, por uma ou duas horas, à reflexão sobre suas necessidades e traçar objetivos de desenvolvimento”, disse.
Sobre a demora para adquirir o domínio da língua, Beard acredita que influi no processo as condições familiares e o ambiente em que as crianças vivem. Ele acrescenta que pesquisas apontam que a compreensão da leitura pode estar em risco quando feita somente no formato digital, em textos de tela.
“Algumas crianças não desenvolvem a reflexão para penetrar no texto, quando leem numa tela. Pode haver tendência a tratar o texto da tela de modo pouco mais superficial do que no papel”.
Ainda segundo ele, “o cuidado exigido é que a leitura não pode ser feita de maneira exclusiva ou preponderante no computador ou tablet. Mas nos dois formatos. Devemos abraçar tecnologias, sim, reconhecendo o papel dos smartphones, textos digitais, e-mails etc., mas como formas de ensino adicional, a fim de garantir aprendizado de boa qualidade”.
Para acessar a reportagem original, clique aqui.