Dificuldades de aprendizagem podem ser causadas tanto por problemas genéticos quanto ter origem nas experiências vividas pelas crianças, especialmente na Primeira Infância (período que engloba desde a gestação até os 6 anos de idade). Muitos pais e educadores identificam essas dificuldades nos primeiros anos da vida escolar, quando os conhecimentos básicos da linguagem ainda estão se desenvolvendo.
Há casos de dificuldades mais graves relacionadas a Transtornos Específicos de Aprendizagem, como a dislexia, a disgrafia e a discalculia, e que dependem de acompanhando especializado de profissionais de fonoaudiologia, psicologia e também neurologia. Mas seja nesses casos específicos ou naqueles em que as dificuldades são apenas pontuais, existe um excelente remédio para ajudar as crianças a superar os desafios da escolarização: a leitura em voz alta.
A maioria dos bebês e crianças gostam que leiam para eles. Esses momentos proporcionam intimidade emocional e ampliam a comunicação entre pais e filhos, sem contar a influência positiva para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Quando um adulto lê para uma criança, ele utiliza palavras e frases características de textos escritos e não da fala cotidiana. Assim, consegue situar a criança sobre o fato de que escrevemos de uma maneira diferente da que contamos histórias oralmente.
No livro digital Todos Entendem, publicado pelo Instituto ABCD, há uma lista de estratégias para ajudar a otimizar os momentos de leitura em voz alta. O melhor, aponta o livro, é que as estratégias servem tanto para crianças com dislexia quando para aquelas que não têm nenhum problema de aprendizagem. A seguir nos listamos as principais dicas – muitas delas também estão presentes na nossa cartilha Primeira Infância, Primeiras Leituras. Para quem deseja saber mais, recomendamos a leitura do material completo ao final deste post.
- LER o texto como está escrito e depois parafraseá-lo conforme a necessidade das crianças;
- RESPEITAR o vocabulário utilizado pelo autor, oferecendo sinônimos e explicações quando necessário;
- CONVERSAR sobre os tópicos que interessarem às crianças;
- PROMOVER também momentos de silêncio para que os pequenos possam fazer ou responder a perguntas sobre a história;
- FAZER PERGUNTAS abertas e instigantes, em que as respostas não sejam apenas sim ou não (por exemplo: “o que a menina está fazendo?” em vez de “a menina está brincando?”);
- ALTERNAR entre leituras de livros com e sem ilustração, ou diversificar os momentos em que as revelam;
- INCENTIVAR que as crianças façam previsões acerca do que vai ou não acontecer nos próximos episódios;
- PERMITIR que a criança seja a leitora, ainda que “invente” uma narrativa.